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A Máquina do Tempo.

30/11/2013 19:58

A Máquina do Tempo.

H. G. Wells.

Resenhado por Fábio Oliveira Santos.

Sempre gostei de ficção científica, creio que é reflexo de intensa projeção que faço sobre o futuro, uma vez que idealizo, como fez Wells, o inesperado e as potencialidades futurísticas. Cabe lembrar que em um filme que assisti, Kung Fu Panda, toda esta projeção é contrariada, pois em algum momento é dito: “o ontem já passou, o futuro ainda não existe, o presente é uma dádiva, daí um presente”. Frustram-se algumas tolices minhas.

Em todo caso, de maneira aristotélica procuro buscar o equilíbrio em relação aos meus pensamentos, afinal o futuro não existe, mas pode ser pensado, ou ao menos idealizado. Que não me ouça os adeptos do Kung Fu.

A Máquina do Tempo, escrito por H.G. Wells, fez-me observar a ficção científica de outra maneira, inclusive é bom pontuar que existem diversas releituras desta obra, fácil observar isto em desenhos, filmes, livros entre outros. É uma espécie de fonte da criatividade.

Dividido em doze capítulos, o livro discute a possibilidade de viagens no tempo, daí o título “Máquina do Tempo”, inicialmente o protagonista chamado de “Viajante do tempo” constrói uma espécie de protótipo desta máquina e convoca especialistas de algumas áreas do conhecimento para observar, evidentemente para legitimar o seu trabalho.

Gratificante foi observar o interesse dos profissionais, não me pareceram interessados, achavam a ideia um tanto louca, ou mesmo impossível de ser realizada, mas em um plano mais profundo é possível perceber que não era a eles a real intenção de demonstração do engenho, mas ao jovem que observava. Difícil saber se existe a intenção de inspiração aos jovens a pensarem sobre o futuro ou mesmo instigar a inventividade. Sabe-se lá! Fico com as duas opções.

No primeiro momento, o protótipo foi acionado é sumiu aos olhos incrédulos dos telespectadores, ou seja, dos especialistas. Entre as diversas hipóteses criadas, não faltaram zombaria e charlatanismo dirigidos ao Viajante do Tempo. Pois truques de mágicas poderiam explicar aquela situação. Engano dos incrédulos.

Um jornal local resolveu publicar as descobertas do Viajante e os avanços que fez com a máquina, determinado dia foram ao encontro do criador, esperaram todos, até que o inventor aparece com roupa rasgada, sujo e com as feições transfiguradas. Todos permaneceram perplexos. Desceu, mas antes de contar o que aconteceu, começou a comer desesperadamente e disse que só diria algo após a refeição.

Terminado, disse que vivenciou algo que mesmo ele não sabia se era real, que todos poderiam achar uma inverdade, mas ao contrário. Viajou para o futuro! Não sabia se era verdade, pois acreditava que a raça humana, no futuro, era mais evoluída, não existira doença e nem guerra. Estava engando!

Encontrou dois desmembramentos da raça humana: os Morlocks e os Elois. Não vou contar, mas subentende-se que um deles era alimento do outro, não aparece no corpo do texto de maneira explícita, mas subentendida. Uns viviam debaixo da superfície e o outro acima, também não se comunicavam em nenhuma língua conhecida, talvez não sabiam, ou mesmo falavam como falam as personagens de Vidas Secas de Graciliano Ramos.

A raça humana ao invés da evolução, regrediu, parece-nos que devido às relações capitalistas de exploração, os trabalhadores e os nobres, transformaram-se nos Morlocks e Elois. Daí uma discussão interessante dobre o futuro da humanidade e as relações de trabalho, mas não é o foco da obra, nem sei dizer se existe algum, uma vez que existem muitas discussões no enredo, cabe ao leitor escolher uma.

O Viajante entrou em diversos conflitos, tanto de ordem física com as lutas que travou para sobreviver e voltar para casa, quanto psicológica, com a perda de uma amiga do futuro.

Fugiu dos perigos, foi mais distante no futuro, não encontrou a raça humana, não existia mais? O sol estava para se apagar, encontrou somente… isto fica para a leitura do livro.

BIBLIOGRAFIA.

WELLS, H. G. A Máquina do tempo; tradução, prefácio e nota de Braulio Tavares – Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.

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