REP

Ainda somos os mesmos...

04/05/2013 19:19

Fábio Oliveira Santos.

 

 

 

Ainda somos os mesmos...

Uma das vantagens de permanecer nesse plano é a possibilidade de locomover-me com o próprio pensamento, basta imaginação para tanto. Nossa vida assemelha-se ao próprio pensamento. Por vezes acho-me o próprio, sinto que não sou real. Liberto em um mundo aprisionado. Escolhi a pílula azul que liberta do sono letárgico. Tem seus contras, tem seus privilégios. Um deles é capacidade de locomoção mental.

Como disse em outro momento, já tenho uma pequena jornada incrustada tanto no currículo, quanto na vida, ou mesmo nesse plano, mesmo assim algumas coisas tiram-me o sono, ainda que não precise dormir, os fatos repetem-se na história. Verde visão. Não que sejam os mesmos eventos, ao contrário, são eventos semelhantes com outras pessoas e outras roupagens.

Coincidência ou não, assisti um pequeno documentário que traz novos questionamentos, na verdade, olhava pela janela no momento em que uma família irlandesa assistia televisão, o tema central levava o indivíduo a posicionar-se no contexto histórico e observar que os acontecimentos contemporâneos são os mesmos de décadas atrás. Ou seja, as novas coisas são sempre as velhas coisas. “Ainda somos os mesmos”, nada mudou plenamente apenas de maneira aparente.

As pessoas agem de maneira semelhante a seus pais, mas a realidade histórica é outra, mais ainda quando se considera as questões econômicas como bússola das atividades humanas. A atual sociedade não é diferente em contexto algum, mesmo que seja relativizada com a história. Ilustra-se muito bem isso com a própria ideia de escola, pois é uma invenção para os filhos dos despossuídos que foi criada em um contexto monárquico impulsionado pelo pleno emprego da industrialização. Uma fábrica de despossuídos.

Produz-se o ideal do século passado em condições diferentes. Na se admira que nada que se procure fazer dê errado, não chega a ser um anacronismo, mas está deslocado no tempo. Os mesmos remédios para doenças diferentes. Se bem que acho que isso é intencional. Manter castas sociais é interessante do ponto de vista de alguns. Fica mais fácil constituir governabilidade. A ruptura disso, digo, é feita socialmente pelos que atingem diretamente o chão dessa fábrica e não a receita advinda dos céus para baixo. Nos céus não existem problemas. Os problemas são aqui embaixo.

Voltar

Pesquisar no site

© 2012 Todos os direitos reservados.