Futebol arte, somente se for no espaço.

Futebol arte, somente se for no espaço.

Fábio Oliveira Santos[1]

O brasileiro realmente ama o futebol, no entanto, não se pode perder de vista que esse amor foi algo construído. A produção de um sentimento de nacionalismo foi uma proposta de unificação da nação realizada por governos brasileiros em décadas passadas.

Dessa perspectiva, é óbvio que o amor ao esporte é um condicionamento que se cristaliza através da repetição durante a semana e aos finais destas.

Independe disto, existe realmente a catarse que é liberada durante a prática do esporte e, não raro, a arte reprimida manifesta-se através dos dribles e habilidades dos atletas, porém, mesmo isso, devido à competição, cada vez mais exigente, a arte e a habilidade, gradativamente, deixam o seu lugar de destaque, para entrar em cena o futebol resultado. Assim, todos os espaços do campo são preenchidos por reprodutores de estratégias, algo semelhante à fábrica: cada qual desempenha seu papel em favor da empresa, neste caso, o time.

Acredita-se que para o futebol reavivar o espetáculo, no sentido artístico, é necessário que não se busque resultados. Algo por definição impossível, assim o ideal é que se proponha mais espaço para o jogo, porém não há como aumentar a dimensão do campo, dessa maneira, diminuir a quantidade de jogadores seria uma solução viável, uma vez que tem mais espaço talvez a arte retorne.