REP

O desafio é construir uma escola de qualidade que inclua.

15/10/2014 16:57

Encontro presencial 8

Fábio Oliveira Santos

Na educação especial, área muito importante para educação, existem alguns pontos que são constantemente repisados, por exemplo, a falta de profissionais para desenvolver qualquer projeto ligado a esse segmento. Fato. Mas, as discussões apontam soluções e o aperfeiçoamento traz mais profissionais. Eis a perspectiva próxima.

Mesmo a declaração de Salamanca torna-se ineficaz sem o principal, o ator que desempenhará o papel na construção da educação de maneira ampla, a meu ver, o ideal grego discutido na “Paideia: a formação do homem grego” que busca o aperfeiçoamento como forma plena do homem e da pessoa, evidentemente, anacrônica se pensar que os tempos são outros, mas ainda assim a busca das humanidades é um ideal a perseguir.

Na escola enfrentamos constantemente a exclusão, item que sozinho já emperra a busca das humanidades. Como pode ser pleno estando fora? Fora das relações humanas, fora do repertório cultural do homem, fora das arquiteturas do homem, fora da cultura? Lembrando que cultura é tudo que o homem constrói, modifica ou cria.

A missão da escola é orientar para que o indivíduo tome posse da cultura humana e a partir dela construa nova cultura e, por consequência, torne-se melhor. Melhor como pessoa, melhor como profissional, simplesmente, melhor. Dessa maneira, pensar a escola que queremos a partir da que temos é um começo. Para tanto, nosso eixo diretor é a Declaração de Salamanca, observando sua aplicação na escola. Cabe lembrar que a pesquisa que desenvolvemos parte do principio do trabalho com alunos de altas habilidades.

Tabela I: Quadro comparativo

Declaração de Salamanca[1]

Escola

a)    Toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem;

b)    Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas;

c)    Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades.

a)    Princípio relativamente atingido, pois se inclui na escola, mas os níveis adequados ainda estão abaixo do esperado;

b)    Princípio não atendido, na escola ainda não atende de maneira que respeite essas características, motivos diversos como, por exemplo, a falta de profissionais;

c)    A escola inclui, mas de maneira que não consegue desenvolver pedagogias centradas nas necessidades dos alunos, situação estrutural, pois os prédios escolares não se adequam de maneira que possibilitem a inclusão e o trabalho com todos os alunos.

            A partir dos princípios acima e a observação do real diário da escola, notamos que as disparidades são muitas, mesmo assim o avanço continua. Para nós, algo que atrasa esse processo é a falta de profissionais e, principalmente, a estrutura da escola que não atende a inclusão de maneira ampla como, por exemplo, acessibilidade ou as necessidades de alunos com altas habilidades.

            Nossa pesquisa busca atingir o olho do furação no sentido de identificar os problemas que a escola apresenta para desenvolver os trabalhos com alunos com altas habilidades. Notamos que na região que trabalhamos não existe nenhuma espécie de trabalho nessa direção, logo, os alunos com altas habilidades são excluídos por falta de orientação pedagógica que vá na mesma mão de suas necessidades.

            Nosso desafio é construir uma escola de qualidade que inclua, respeite e contribua no desenvolvimento do aluno, não só os alunos tidos como normais, mas os que necessitem que a escola busque novas formas de trabalho pedagógico.



[1] Texto encontrado em: https://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf Acesso em: 15/10/2014.

 

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