O Garimpeiro de Conversa.

O garimpeiro de conversa.

Fábio Oliveira Santos.

Ontem aprendi a maior lição que se pode ter. Conversávamos, eu, o Marcelo e o Seu Jorge. Entre as conversas que ora falávamos sobre direito, ora sobre política, ora sobre a vida e tantas outras coisas impressionou-me principalmente os ensinamentos de seu Jorge.

Senhor de bastante idade, não tanto que pudesse confundir-se, ao contrário, lucidez e maturidade que só se adquirem com o tempo. Disse-nos:

 - Professor, sou como o garimpeiro, procuro o ouro nas palavras alheias! Não leio muito bem, pouco sei escrever, mas tenho a maior das qualidades. Sei ouvir. Ouço e vejo tudo e todos, separo o que é precioso e o que não é deixo seguir seu rumo.

Sábias palavras! Foram boas conversas e principalmente boas “ouvidas”.

Terminamos o diálogo com a seguinte historiazinha:

Certa vez, em uma luta entre cavalheiros, todos combativos, cada qual a sua maneira, terminaram o combate todos exaustos e alguns à beira do desespero. Suas armaduras foram destruídas, o ânimo de luta abalado e o medo sobressaia. Um dos guerreiros ofereceu-se para equilibrar as forças, pois seu mestre sabia algo que podia ajudar. Assim, as pessoas concederam que seguisse àquele caminho, tanto que ele dirigiu-se ao mestre para que o orientasse.

Assim foi, quando chegou ao alto do morro, um senhor de muita idade e sabedoria veio recebê-lo, era o próprio mestre e disse:

- Filho para restaurar as forças deve continuar no caminho que escolheu, com o tempo os socos serão assimilados e seu corpo absorverá os golpes. O universo age de maneira própria, nós somos meros acidentes no percurso, sua lógica é inexplicável, daí aceitá-la e continuar o combate.

Para equilibrar as forças descanse e continue. Lembre-se: não importa o que aconteça continue pelo caminho que escolheu, não desvie mesmo se os golpes forem os mais duros.

Retorne e diga aos demais: não há fórmula, o caminho é construído a ferro, fogo e sensibilidade.