O Pequeno Príncipe.
22/01/2014 15:32O Pequeno Príncipe.
Resenha.
Fábio Oliveira Santos[1]
Uma vez ouvi alguém dizer que podemos aprender algo a partir dos erros dos outros, não é necessário errar para se aprender, pode-se aprender com os erros, dos outros. Ditado contraditório, pois na infância sempre ouvi dizer que é errando que se aprende. Talvez os dois estejam certos e errados. Vai depender do que se quer acreditar ou mesmo rejeitar. Lógico! Quem disse que se deve seguir algo para se acertar ou errar? Compreendemos que tudo é relativo, ou pelo menos parece.
Daí sempre ficar impressionado com as crianças, pois elas não têm o medo de errar ou acertar que, quando adultos, temos. O que dificulta mais ainda a vida dos pais, ou pelo menos redobram as preocupações, pois esse medo, principalmente, de errar é transferido aos genitores, uma vez que as crianças não os têm. Creio que é uma espécie de mito do herói como pontua Joseph Campbell[2].
O Pequeno Príncipe, obra de Antoine de Saint-Exupéry[3], traz muitas reflexões sobre as crianças, a meu ver, a eterna curiosidade infantil, ou o que alguns preferem chamar de fases dos por quês. A personagem do menino, após longa jornada até a terra, pois é morador de um pequeno asteroide, encontra um piloto que procura consertar seu avião, cabe lembrar que os dois se encontraram no deserto do Saara, na África. Território quente e inóspito que, sobretudo, causa insolação às pessoas que ficam muito tempo debaixo do sol escaldante.
Também é preciso mencionar que a representação do piloto também é a do pai, além de em algum grau também ser a representação do autor. Não que isso seja importante para essa reflexão, mas como diria Antônio Candido[4], é necessário conhecer a obra, o autor e a sociedade para compreendê-la. Longe daqui a pretensão de uma análise literária, é meramente uma resenha reflexiva.
O que me faz pensar. A vida é repleta de coincidências, às vezes nos impressionam os desdobramentos das situações inesperadas que sempre acontecem, neste caso, ainda mais, pois uma criança e um piloto, dois viajantes sozinhos na África. O encontro de pai e filho. Uma brincadeira imaginária. O trabalho dos dois. O aprendizado construído a partir de duas gerações. Um cuida de uma rosa em um pequeno asteroide o outro do avião. Os dois querem voltar para suas casas. Para seus afazeres.
Vidas que se complementam. Enquanto conversavam o Pequeno Príncipe, como é de se esperar, fazia diversas perguntas e, jamais desistia, sempre busca suas respostas às perguntas, o adulto, no caso o piloto lembrava-se de sua infância e as perguntas que fazia e as diversas perguntas sem respostas. Os adultos são assim, sem querer podam a curiosidade infantil. Não é o caso deste livro. O jovenzinho busca suas repostas e compara com suas próprias reflexões. Aprende o certo e o errado. O que ele considera.
BIBLIOGRAFIA.
SAINT-EXUPÉRY, Antoine de, O Pequeno Príncipe: com aquarelas do autor; trad. de Dom Marcos Barbosa. 48. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2009.
[1] Professor da Rede Estadual de São Paulo.
[2] Comentário sobre o autor encontrado em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Campbell Acesso em: 22/01/2014.
[3] Breve descrição sobre o autor e sua vida, encontrado em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Antoine_de_Saint-Exup%C3%A9ry Acesso em: 22/01/2014.
[4] Vida do autor: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Candido_de_Mello_e_Souza Acesso em: 22/01/2013.
———
Voltar